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O que pode um grupo: multiplicidades e tessituras

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O Instituto de Psicologia Social de Porto Alegre Pichon-Rivière convida para o encontro on-line, “O que pode um grupo: multiplicidades e tessituras”.

O que pode um grupo: multiplicidades e tessituras”, tem como mote um caso que será apresentado no encontro no intuito de produzir análises, problematizações e sentidos na potencialização de modos de intervenção frente ao cotidiano dos diferentes grupos.

Este relato trata de uma equipe de atenção básica, que atua em um município do interior do estado. A equipe é composta por aproximadamente dez profissionais incluindo: psicólogos, fisioterapeutas, um arteterapeuta, assistente social e médicos.

A interação com a equipe era produtiva havendo discussões dos casos e encaminhamentos necessários. Seguia-se as orientações propostas pelo SUS quanto aos procedimentos junto aos casos; havia um técnico de referência.

Os vínculos trabalhistas dos integrantes eram constituídos por profissionais terceirizados – incluindo pessoa jurídica, cargo de confiança – e, servidor público. Com a proximidade das eleições municipais iniciou-se uma alteração dos cargos de confiança. Os atuais ocupantes foram convidados a se retirar não sendo substituídos. Isso afetou diretamente o clima e a produtividade da equipe.

Em seguida às eleições e com a entrada dos novos gestores, foram feitas tentativas de interação pela equipe de saúde mental no sentido de dar a conhecer o funcionamento do serviço como um todo, incluindo o funcionamento da equipe de saúde mental. Em resposta foi pedido que aguardassem, pois a chegada da nova gestão como a do secretário de saúde era recente. Entretanto, com a chegada da nova gestão e consequentemente da gestão do novo secretário de saúde, começaram a ocorrer mudanças arbitrárias, sem qualquer aviso, diálogo e acolhimento. Entre as novas mudanças houve a determinação do uso de uniformes, a reestruturação da recepção e dos atendimentos antes da consulta médica semelhante ao modelo privativo ambulatorial.

A forma de trabalho de um dos integrantes da equipe foi questionada pela nova gestão. Houve críticas à abordagem técnica utilizada sem que houvesse diálogo quanto à abordagem e práticas adotadas pelo profissional e pelo serviço. Enquanto profissional da psicologia ao invés disso, estava sendo imposto uma maneira arbitrária e hierarquizada na prática de saúde mental da unidade.

Comentários desqualificando o trabalho técnico e fofocas sobre o trabalho da profissional começaram a circular, alimentados por uma pessoa da equipe de saúde mental, o que reforçou ainda mais a pressão para saída desse integrante.

A pedido de uma coordenadora de saúde mental foi solicitado que a profissional pedisse de demissão sendo dado um prazo para a sua permanência no local.

Essa fase foi marcada por um grande desgaste emocional produzidos pela falta de reconhecimento, desconsideração da trajetória daquele serviço produzindo sentimentos de desvalia. Apesar do impacto emocional, sair desse ambiente seria um “alívio” para essa integrante.

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